Como Igreja Assembleia de Deus de Confissão
Reformada defendemos o Monergismo (ou como teologicamente é
conhecido: regeneração monergística) – Como compreender esta
definição, o que biblicamente pode ser entendido para este tão importante
assunto: Podemos resumir dizendo que ela é a bênção de Redenção ou Salvação que
foi adquirida por Cristo para aqueles que o Pai Lhe deu (Recomendamos ler os
Textos indicados - 1ª Pedro 1.3; João 6.37, 39). Essa bênção só pode ser
comunicada por aquele poder na alma decaída e completamente perdida no pecado e
como resultado a pessoa que deve ser salva é eficazmente capacitada a responder
ao chamado do evangelho (João 1.13, Atos 13.48). Ela é aquele poder
sobrenatural de Deus, e que somente Deus outorga e pelo qual nos é concedida a
capacidade espiritual para cumprir as condições do Pacto da Graça; ou seja, para nos apropriar dos méritos de Cristo
por uma fé eficaz e atuante.
Somente
habilitados com essa Graça ou dádiva divina é possível se achegar aos termos
exigidos da salvação, para poder se arrepender dos pecados e abandonar os ídolos
e amar a Deus e a Seu Filho acima de todas as coisas.
O
Espírito Santo, ao vivificar a alma, e isso completamente de graça, sem méritos
de natureza humana, capacita e inclina os eleitos de Deus ao exercício
espiritual da fé em Jesus Cristo (João 6.44, 1ª João 5.1). Este processo é o
meio pelo qual o Espírito nos traz à viva união com Ele.
A Confissão
de Westminster, usando o mesmo tipo de linguagem, observa que a fé é tanto um requerimento
do pacto como algo pelo qual Deus capacita o homem a cumprir, concedendo-lhe
novas capacidades e afeições espirituais: Sob os termos do Pacto da Graça, Deus:
"livremente oferece aos pecadores a vida
e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nEle para que sejam salvos;
e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo
Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer". - Confissão de Fé de Westminster, Capítulo VII - Do Pacto De Deus Com o Homem.
Em
outras palavras, o que Deus requer de nós (fé, arrependimento, amar a Ele como
único e absoluto Soberano, Ele nos concede em Cristo --- 2ª Timóteo 2.25;
Efésios 2.5,8). De fato, todos os benefícios de nossa salvação podem ser
traçados até Cristo e Sua obra consumada sobre a cruz. A regeneração, um desses
benefícios da redenção, é concedida àqueles sobre quem Deus colocou Seu amor
antes dos tempos eternos (Efésios 1.5), para que eles possam se apropriar
dessas bênçãos.
"...
se alguém faz a assistência da graça depender da humildade ou obediência do
homem e não concorda que é um próprio dom da graça que sejamos obedientes e
humildes, contradiz o Apóstolo que diz: “E
que tens tu que não tenhas recebido?”. (1ª Coríntios 4.7 – Sugerimos a
leitura dos textos citados), e, “Pela
graça de Deus sou o que sou” (1ª Coríntios 15.10). - Concílio de Orange, 529 D.C.
Portanto,
é importante não confundir os conceitos de regeneração
e justificação.
Regeneração é o
que produz a fé em Cristo, a qual se apropria da bênção da justificação. Todas
essas são bênçãos que Cristo adquiriu para nós ao cumprir o nosso lado no pacto
em perfeita obediência tanto passiva como ativa às demandas da lei de Deus. Ele
viveu a vida que deveríamos ter vivido e morreu a morte que merecíamos.
Ao
pecador, que era deliberadamente cego para com o amor de Deus e assim,
impossibilitado de ter amor (ágape) por Deus ou compreender as coisas
espirituais (1ª Coríntios 2.14), é agora concedido o Espírito Santo, que
circuncida o seu coração, cura a sua cegueira e lhe dá novas afeições por Deus
para que ele possa compreender sua nova condição como “filho de Deus”.
Por que
isto é tão vitalmente importante? Simplesmente porque exalta a glória de Cristo.
A Escritura ensina que tudo relacionado ao evangelho deve apontar para glorificar
Cristo e humilhar o homem. Assim, segue-se que tudo quanto diminua a glória de
Cristo é inconsistente com o verdadeiro evangelho. Portanto, aqueles que
ensinam que a fé dos homens naturais é que lhes faz diferentes dos outros, e
não a graça que causa a fé neles, então, eles estão indevidamente exaltando o
papel do homem na salvação.
Monergismo é a
doutrina bíblica de que a regeneração (o novo nascimento) tanto precede como
produz a fé em Cristo naqueles que o Espírito Santo determina soberanamente
dispensar Sua graça (João 1.13; 6.63-65; Atos 16.14b; 1ª João 5.1). Quando
pregada no poder do Espírito Santo, o evangelho (Tiago 1.18, 1ª Pedro 1.23, 25)
tem o poder de abrir os olhos cegos e os ouvidos surdos.
Aqueles
mortos em pecado (Efésios 2.1, 5, 8),
portanto, não têm nenhuma parte no seu novo nascimento (Romanos 3.11, 12; 8.7)
e são tão passivos no ato regenerativo como um bebê recém-nascido fisicamente.
Uma vez restaurada, contudo, a nova disposição da alma imediatamente passa a
ter um papel ativo na conversão (arrependimento e fé). Portanto, o homem não
coopera em sua regeneração, mas, antes, infalivelmente responde em fé a medida
que o Espírito Santo muda a disposição de seu coração (João 3.6-8; 19-21). A fé
não é algo produzido por nossa natureza humana não regenerada.
O
pecador caído não tem capacidade moral ou inclinação para crer antes do novo
nascimento. Em vez disso, o Espírito Santo deve abrir os ouvidos da pessoa à
pregação do evangelho para que ela possa atender à mensagem (veja o caso de
Lídia em Atos 16.14). Embora não haja sequência temporal, a regeneração causa
todos os outros aspectos de nossa salvação. Todos eles ocorrem simultaneamente
como o ligar de uma luz. Regeneração, portanto, é a causa direta da fé,
justificação, santificação e das santas afeições. Em outras palavras, a fé e os
outros benefícios que recebemos da redenção de Cristo, brota da nova capacidade
que nos foi dada por Deus.
Dicionário Secular
Monergismo:
"Na teologia, A doutrina de que o Espírito Santo é o único agente eficaz
na regeneração - que a vontade humana não possui inclinação para a santidade
até ser regenerada e, portanto, não pode cooperar na regeneração".
Abaixo,
alguns Cristãos na história do cristianismo que defenderam a doutrina bíblica
do monergismo:
Jonathan
Edwards, Charles Spurgeon, Martinho Lutero (que considerava esta doutrina o
coração da Reforma), João Calvino, John Knox, John Owen, os Puritanos do século
XVII, John Bunyan, Agostinho, George Whitefield, John Gill, Arthur W. Pink e
alguns pastores e teólogos contemporâneos tais como Martyn Lloyd-Jones, John
Piper, Wayne Grudem, R.C. Sproul, Michael Horton, J.I. Packer, James Montgomery
Boice, John MacArthur, etc.